Artigo

Reconstrução do estado gaúcho

Por João Carlos M. Madail - economista, Professor, Pesquisador e Diretor da ACP
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O mutirão dos gaúchos na reconstrução do estado do Rio Grande do Sul certamente será proporcional à dimensão da tragédia que o assolou em todas as áreas; seja na infraestrutura, na habitação, na saúde, na educação, na agricultura, no transporte e, principalmente, na saúde mental dos atingidos de forma direta ou indireta com perdas de entes familiares e materiais.

Foi comprovado que 80% do RS foi devastado pela enchente, sendo que, dos 497 municípios, 467 foram atingidos de forma direta. O recomeço deve ser muito bem planejado e deverá contar com recursos de toda ordem, sejam oriundos dos cofres estaduais, federais e até de empréstimos internacionais, em face da dimensão da catástrofe. A união que ora reina entre os gaúchos e o restante dos estados brasileiros, sensíveis às necessidades da reconstrução do RS, deve estar aliada a união dos empresários com o poder público, de forma sincronizada e sob a organização do governo.

É claro que o processo de reconstrução do estado deve levar em consideração as novas realidades climáticas, valendo-se dos exemplos ocorridos em países com áreas devastadas por vendavais, ciclones e furacões, hoje melhor preparados para ocorrências de gravidade média. Ainda é cedo para falar em reconstrução planejada, o momento é de mobilização para salvamento, atenção necessária à sobrevivência de quem perdeu tudo e muita ajuda no retorno das famílias em áreas onde a água baixou, mas que o simples retorno sem o mínimo necessário significa a continuidade do caos.

O estado precisa reerguer estradas devastadas, mas fundamentais na comunicação entre municípios. O certo é que cidades inteiras deverão ser reerguidas em outras localidades. O professor Marcelo Dutra defende que o plano de reconstrução do estado priorize áreas seguras e estratégicas para adaptar cidades gaúchas a eventos climáticos severos. Os sinais do clima têm sido dados com certa frequência, mas parece que os sobreviventes não deram a atenção que merecia e continuaram contando com a sorte de que nada mais ocorreria.

Desta vez o sinal foi definitivo, ou os sobreviventes obedecem com ações imediatas, na retirada de moradores das áreas mais vulneráveis com antecedência ou viveremos outras tragédias incalculáveis. De nada adiantará reconstruir o que foi destruído nessa enchente histórica no mesmo lugar devastado. Segundo o professor Dutra, a reconstrução do Rio Grande do Sul precisará ser planejada considerando quais às áreas mais seguras e resistentes às variações climáticas extremas - que vieram para ficar. Espera-se que as promessas do presidente em relação a ajuda aos necessitados se confirme e que possamos reconstruir o estado o mais breve possível.

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